Gurdjieff - Escola Gurdjieff São Paulo
O Tarot da Alquimia, além de uma fonte de consulta oracular e ajuda, busca iniciar o consulente no mundo mágico da Alquimia, um dos mais antigos caminhos espirituais da humanidade.

Concentre-se e formule sua questão, escrevendo-a abaixo:

Escolha uma das cartas do baralho

O Tarot e a Alquimia

"Existem mais coisas entre o céu e a terra do que
aquelas com as quais sonha nossa vã filosofia"
(William Shakespeare )

Tarot da Alquimia

 


Sobre o Tarot:

É da percepção do mistério que envolve o ser humano, tão bem expressa por Shakespeare na frase acima, que podemos partir para termos uma idéia prática do que visa o Tarot.

1 : O Tarot pretende ser uma ferramenta para investigarmos os planos meta-racionais que nos rodeiam.

2 : Usando o Tarot, pretende-se traduzir estas realidades sutis para um plano discursivo e mais inteligível, mais prático.

3 : O Tarot busca sempre uma compreensão melhor dos problemas e situações com os quais nos defrontamos.

4 : Por procurar ser uma ponte entre o invisível e o visível, entre o sutil e o tangível, o Tarot esforça-se por converter em clareza inteligente o que é por natureza obscuro.

5 : O Tarot vê o universo, como um organismo sujeito a leis rigorosas e que ele busca interpretar.

6 : Mas, interessantemente, o Tarot não pretende apenas diagnosticar situações, o que já seria por si extraordinário : ele pretende também nos apoiar e nos orientar na direção de uma Alquimia, ou seja, de uma transformação do nosso ser.

7 : A Alquimia é uma ação de modificar nossa maneira de agir, sentir e pensar e o Tarot oferece imagens que podem sugerir em que direção estas mudanças podem ocorrer.

8 : Neste sentido, o Tarot e a Alquimia caminham de mãos dadas, estabelecendo uma relação de apoio mutuo que é enormemente frutífera e que pode trazer-nos enormes benefícios práticos.

9 : O Tarot é, portanto, dentro desta visão, um instrumento inteligente que nos vem de tempos imemoriais e que, utilizado de maneira lúcida, pode ajudar-nos na direção de nossa transformação, de nossa Alquimia pessoal.

A seguir, alguns comentários de P.D.Ouspensky sobre o Tarot e a Alquimia:

"Na literatura ocultista ou simbólica, isto é, na literatura baseada no reconhecimento da existência do conhecimento oculto, há um fenômeno de grande interesse. É o Taro.

O Taro é um baralho que ainda é usado no sul da Europa para jogar e ler a sorte. Difere muito pouco dos baralhos comuns, que são baralhos de Taro reduzidos. Tem os mesmos reis, rainhas, ases, dez, etc.

As cartas do Taro foram conhecidas desde o fim do século XIV, quando já existiam entre os ciganos espanhóis. Foram as primeiras cartas que apareceram na Europa.

Tarot da Alquimia

Há diversas variações do Taro, com diferentes números de cartas. Considera-se que a reprodução mais exata do Taro é o chamado "Taro de Marselha".

Esse baralho consiste de 78 cartas. Destas, 52 são cartas comuns com o acréscimo de uma carta "ilustrada" em cada naipe, a saber, o "Cavaleiro", colocada entre a Rainha e o Valete. Isso perfaz 56 cartas divididas em quatro naipes, dois pretos e dois vermelhos, ou seja: Paus, Copas (corações), Espadas e Pentagramas ou discos (diamantes).

Há, além disso, 22 cartas numeradas com nomes especiais que estão fora dos quatro naipes.

1. O Prestidigitador

2. A Grande Sacerdotisa

3. A Imperatriz

4. O Imperador

5. O Hierofante

6. Tentação

7. A Carroça

8. Justiça

9. O Eremita

10. A Roda da Fortuna

11. Força

12. O Enforcado

13. A Morte

14. A Temperança (Tempo)

15. O Diabo

16. A Torre

17. A Estrela

18. A Lua

19. O Sol

20. O Dia do Julgamento

21. O Mundo e O Louco

O baralho de cartas do Taro, de acordo com a lenda, representa um livro hieroglífico egípcio, com 78 lâminas, que chegaram até nós de um modo miraculoso.

Sabe-se que, na Biblioteca de Alexandria, além de papiros e pergaminhos, havia muitos desses livros, que consistiam muitas vezes de um grande número de tabuinhas de argila ou de madeira.

Em relação à história posterior das cartas do Taro, dizem que, no inicio, elas eram medalhões impressos com desenhos e números, depois laminas metálicas, cartas de couro, e, finalmente, cartas de papel.

Exteriormente, o Taro é um maço de cartas, mas, no seu significado interno, é algo completamente diferente. É um "livro" de teor filosófico e psico1ógico, que pode ser lido de muitas maneiras diferentes.

(...)

O sistema do Taro, no seu sentido mais profundo, mais amplo e mais variado, está para a metafísica e o misticismo na mesma relação que um sistema de notação decimal ou outro qualquer está para a matemática. O Taro poderá ser apenas uma tentativa para criar tal sistema, mas mesmo assim é interessante.

Para conhecer o Taro, é necessário estar familiarizado com a idéia da Cabala, da Alquimia, da Magia e da Astrologia.

Tarot da Alquimia

De acordo com a opinião muito plausível de vários comentadores do Taro, ele é uma sinopse das ciências herméticas com as suas diversas subdivisões, ou uma tentativa de tal sinopse.

Todas essas ciências constituem um único sistema de estudo psicol6gico do homem nas suas relações com o mundo dos números (com Deus, com o mundo espiritual) e com o mundo dos fenômenos (com o mundo físico visível).

As letras do alfabeto hebraico e as várias alegorias da Cabala, os nomes dos metais, dos ácidos e sais na Alquimia, os nomes dos planetas e constelações na Astrologia, os nomes dos espíritos bons e maus na Magia, tudo isso nada mais era do que uma linguagem oculta convencional para as idéias psicológicas.

O estudo aberto da Psicologia, sobretudo no seu sentido mais amplo, era impossível. A tortura e a fogueira estavam reservadas aos investigadores.

Se nos aprofundarmos ainda mais nas épocas passadas, veremos ainda mais temor em todas as tentativas de estudo do homem. Como era possível em meio a toda escuridão, ignorância e superstição daqueles tempos falarem e agir abertamente? O estudo livre da Psicologia esta sob suspeita mesmo em nossa época, que é considerada esclarecida.

Tarot da Alquimia

A verdadeira essência das ciências herméticas estava, por isso, oculta por trás dos símbolos da Alquimia, da Astrologia e da Cabala. Entre estas, a Alquimia adotou como meta exterior a preparação de ouro ou a descoberta do elixir da vida; a Astrologia e a Cabala, a adivinhação; e a Magia, a subjugação dos espíritos. Mas, quando o alquimista autêntico falava da busca do ouro, falava da busca do ouro na alma do homem. E, ao falar do elixir da vida, falava da busca da vida eterna e dos caminhos da imortalidade. Nesses casos, dava o nome de "ouro" ao que nos Evangelhos é chamado Reino do Céu e, no Budismo, Nirvana. Quando o astrólogo verdadeiro falava das constelações e planetas, se referia a constelações e planetas na alma do homem, isto é, a propriedades da alma humana e suas relações com Deus e o mundo. Quando o cabalista legítimo falava do Nome de Deus, ele buscava esse Nome na alma do homem e da Natureza, e não nos livros mortos, não nos textos bíblicos, como os cabalistas escolásticos. Quando o verdadeiro mago falava da subjugação dos "espíritos", elementais e outros à vontade do homem, compreendia isso como a submissão a uma única vontade dos diferentes "eus" do homem, de seus diversos desejos e tendências. A Cabala, a Alquimia, a Astrologia e a Magia são sistemas simbólicos paralelos de Psicologia e Metafísica."

Um Novo Modelo do Universo, P.D.Ouspensky, Editora Pensamento.